Justiça determina bloqueio de R$ 119 milhões de ‘Careca do INSS’ e outros suspeitos de fraude no órgão

Data: 4/06/2025
Por: Bernardo

Advocacia-Geral da União (AGU) pretende usar valores para ressarcir aposentados e pensionistas que foram vítimas dos descontos ilegais

Olá, amigo(a) aposentado(a)! Sabemos que, para quem dedicou uma vida inteira ao trabalho e agora depende do benefício do INSS, cada centavo faz uma diferença enorme. É por isso que notícias sobre fraudes que atingem justamente quem mais precisa nos deixam com o coração apertado. Mas, hoje, a boa notícia é que a Justiça está agindo, e agindo forte!

Recentemente, a Advocacia-Geral da União (AGU), em conjunto com a Polícia Federal, conseguiu um bloqueio gigantesco: R$ 119 milhões de empresas e pessoas envolvidas em um esquema nacional que roubava dinheiro de aposentadorias e pensões através de descontos não autorizados. E, sim, entre os nomes investigados e com bens bloqueados, está o de um personagem conhecido como “Careca do INSS”.

Você pode estar se perguntando: “Será que eu fui uma das vítimas? Como posso saber? O que essa notícia significa para o meu bolso?” Fique tranquilo! Vamos explicar tudo, de forma clara e sem termos complicados, para que você entenda o que aconteceu e como se proteger. Nosso objetivo é te deixar bem informado e seguro.

Por que essa notícia é tão importante para você?

Essa operação da Justiça é um grande passo para combater um tipo de fraude que tem tirado o sono de muitos segurados. Estamos falando de valores descontados de benefícios do INSS sem a sua autorização para pagar associações ou serviços que você nunca pediu ou aprovou.

Pense comigo: muitas vezes, são pequenos valores que, somados, fazem uma falta danada no orçamento do mês. E o pior é que esses descontos indevidos podem passar despercebidos por muito tempo, corroendo o seu benefício sem que você perceba. Por isso, o bloqueio desses milhões é um sinal de que a Justiça está atenta e buscando reparar os danos.

Confira o vídeo completo no YouTube:

https://www.youtube.com/@insssemsegredo

O que aconteceu? Entendendo a “Operação Sem Desconto”

A história que levou a esse bloqueio milionário começou a ser desvendada pela Polícia Federal na chamada “Operação Sem Desconto”. O nome já diz tudo, né? O foco é justamente acabar com esses descontos que não deveriam existir.

Essa operação descobriu um esquema enorme, que envolvia diversas empresas e pessoas agindo em conjunto para realizar cobranças de mensalidades associativas sem que o aposentado ou pensionista tivesse dado qualquer tipo de autorização. Imagine a dimensão: estima-se que, entre 2019 e 2024, R$ 6,3 bilhões tenham sido descontados indevidamente de benefícios do INSS! É dinheiro que saiu do seu bolso para ir parar no bolso de quem não tinha direito.

A AGU, percebendo a gravidade da situação e o prejuízo causado a milhares de segurados, entrou com várias ações na Justiça Federal. Foi a partir dessas ações que veio a ordem judicial para o bloqueio de R$ 119 milhões. Esse dinheiro é a garantia de que, no futuro, se essas empresas e pessoas forem condenadas, haverá recursos para ressarcir tanto o INSS quanto, principalmente, você, aposentado(a) e pensionista, que foi lesado.

Quem é o “Careca do INSS” e qual o papel dele nisso tudo?

Entre os alvos dessa grande operação, um nome chamou bastante atenção: Antônio Carlos Camilo Antunes, mais conhecido como “Careca do INSS”. A Polícia Federal o aponta como um dos principais articuladores e lobistas desse esquema de fraudes.

Pelo que as investigações mostram, o “Careca do INSS” usava várias empresas, muitas delas abertas recentemente, para “lavar” o dinheiro que vinha desses descontos indevidos. Ele chegou a ter procuração para atuar em nome de uma das associações investigadas, a Ambec (Associação de Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos). A PF descobriu que essa associação, que em 2021 descontava apenas R$ 135, pulou para quase R$ 15 milhões em descontos no ano seguinte! Um crescimento que acende um alerta gigante.

É importante ressaltar que a Justiça do Distrito Federal já negou um pedido dele para não ser chamado de “Careca do INSS”. O juiz entendeu que, apesar de ser um apelido, não é algo ofensivo a ponto de ser proibido. Isso mostra a relevância do nome dele nas investigações.

Como o dinheiro era descontado do seu benefício?

Você pode estar se perguntando como é possível que esses descontos aconteçam sem a sua permissão. Pois bem, os golpistas são criativos, e infelizmente, usam de táticas que podem confundir o segurado:

  1. Ligações falsas: Se passando por funcionários do INSS, de bancos ou de associações, eles ligam para você, oferecendo supostas “vantagens”, “descontos” ou “serviços exclusivos”.
  2. Pegadinhas no “sim”: Durante a conversa, eles tentam obter um “sim” seu para gravar e usar como prova de autorização. Às vezes, o “sim” é para uma pergunta inocente, mas é gravado e editado para parecer que você autorizou o desconto.
  3. Documentos confusos: Algumas vezes, são enviados documentos para sua casa com letras miúdas, onde você, sem perceber, acaba assinando uma autorização para o desconto.
  4. “Ajuda” em serviços do INSS: Pessoas mal-intencionadas se oferecem para ajudar em processos do INSS e, de alguma forma, inserem esses descontos em seu benefício sem você saber.

O golpe é silencioso e age na base da confiança ou da falta de informação. Por isso, a regra de ouro é: desconfie de qualquer contato inesperado que peça seus dados pessoais ou ofereça vantagens “imperdíveis” relacionadas ao seu benefício.

Quais empresas e pessoas foram afetadas pelo bloqueio?

O bloqueio de R$ 119 milhões não foi feito de uma vez só. Ele é resultado de cinco ações judiciais movidas pela AGU, cada uma com o bloqueio de até R$ 23,8 milhões. Ao todo, são 60 réus (pessoas e empresas) envolvidos nesse esquema.

Algumas das empresas que tiveram bens atingidos pelas decisões judiciais incluem:

  • Curitiba Consultoria em Serviços Médicos S/A
  • Xavier Fonseca Consultoria Ltda
  • Arpar Administração, Participação e Empreendimentos S/A
  • WM System Informática LTDA

Além dessas, outras seis empresas são suspeitas de serem intermediárias nesse esquema, ajudando a movimentar os valores indevidamente descontados.

O bloqueio significa que essas empresas e pessoas não podem mexer em seus bens (como imóveis, carros de luxo, dinheiro em contas bancárias, etc.) até que a Justiça decida sobre o caso. É uma medida de segurança para garantir que, caso sejam condenados, haverá como pagar o que devem e ressarcir as vítimas.

Fui vítima? Como verificar se há descontos indevidos no meu benefício?

Essa é uma das perguntas mais importantes! Para saber se o seu benefício está sendo alvo de descontos indevidos, siga estes passos simples:

  1. Acesse o Meu INSS: Este é o canal oficial e mais seguro para verificar seus dados.
    • Pelo site: Acesse meu.inss.gov.br (se você não tiver cadastro, é fácil fazer um com seu CPF).
    • Pelo aplicativo: Baixe o aplicativo “Meu INSS” no seu celular (disponível para Android e iOS).
  2. Faça login: Digite seu CPF e senha.
  3. Verifique o extrato de pagamento: Dentro do Meu INSS, procure pela opção “Extrato de Pagamento” ou “Extrato de Benefícios”.
  4. Analise os descontos: No extrato, você verá uma lista de todos os valores descontados do seu benefício mês a mês. Preste atenção aos itens que você não reconhece ou que parecem estranhos. Os descontos de associações costumam vir com códigos como “mensalidade associativa”, “contribuição”, ou nomes de associações e sindicatos.

Fique atento aos códigos de desconto! Muitas vezes, esses descontos indevidos aparecem no extrato do INSS com códigos específicos. Alguns dos mais comuns que indicam mensalidades associativas são:

  • 248 – Mensalidade de associação
  • 267 – Mensalidade de entidade de classe
  • 321 – Contribuição para sindicato
  • Outros códigos que podem indicar associações de aposentados.

Se você identificar algum desconto que não reconhece, não se desespere! Existe o que fazer.

Descobri um desconto indevido! E agora?

Se você encontrou um desconto que não autorizou no seu extrato, siga estes passos:

  1. Entre em contato com a instituição: Tente, primeiramente, contatar a associação ou entidade que está realizando o desconto. Peça o cancelamento imediato e a devolução dos valores já descontados. Anote os protocolos de atendimento!
  2. Registre uma reclamação no Consumidor.gov.br: Se a associação não resolver ou não te der atenção, registre uma reclamação detalhada no site consumidor.gov.br. Este é um canal oficial do governo e costuma ser bem eficaz.
  3. Faça uma denúncia no Banco Central: Se o desconto for feito por um banco, você pode registrar uma reclamação no Banco Central do Brasil, através do site ou telefone.
  4. Procure o INSS: Você também pode fazer uma reclamação diretamente no INSS, ligando para o telefone 135 ou acessando o Meu INSS e procurando a opção de “Denúncia”.
  5. Procure ajuda especializada: Se ainda assim o problema persistir, ou se você se sentir inseguro(a) para lidar com a situação sozinho(a), procure a ajuda de um advogado especializado em direito previdenciário.
  6. Guarde todas as provas: Extratos, protocolos de ligação, e-mails, prints de tela – tudo que comprove o desconto indevido e suas tentativas de resolver o problema é importante.

Lembre-se: você tem o direito de ter o seu dinheiro de volta! A Justiça está agindo justamente para isso.

Jorge Messias AGU
Advogado-geral Jorge Messias/Reprodução

Prevenção: o melhor remédio contra novas fraudes

Para evitar cair em novas armadilhas, algumas dicas valiosas:

  • Desconfie de contatos inesperados: Ninguém do INSS ou de bancos liga para você pedindo dados pessoais ou senha. O INSS não oferece serviços pagos por telefone.
  • Não compartilhe seus dados: Nunca, em hipótese alguma, forneça seu CPF, senha, número de benefício ou dados bancários por telefone, e-mail ou WhatsApp para pessoas ou empresas que você não conhece ou que não solicitou o contato.
  • Cuidado com “ajudas” milagrosas: Se alguém se oferecer para “facilitar” seu acesso a serviços do INSS ou a empréstimos de forma muito rápida, desconfie. Procure sempre os canais oficiais.
  • Leia tudo com atenção: Antes de assinar qualquer documento, leia com calma e peça explicações sobre cada item. Se não entender, não assine.
  • Consulte seu extrato regularmente: Crie o hábito de verificar seu extrato de pagamento do benefício no Meu INSS a cada mês. É a melhor forma de identificar qualquer irregularidade a tempo.
  • Cuidado com a “Prova de Vida”: A Prova de Vida foi suspensa em muitos casos e agora é feita de forma automática pelo INSS. Se alguém te ligar dizendo que precisa ir à sua casa para fazer a Prova de Vida, desconfie, é golpe! O INSS não faz isso.
  • Bloqueio de empréstimos consignados: Pelo Meu INSS, você pode bloquear a opção de fazer novos empréstimos consignados no seu benefício. Isso evita que golpistas usem seus dados para fazer empréstimos em seu nome. Procure por “Bloquear/Desbloquear Benefício para Empréstimo” no Meu INSS.

O futuro dos valores bloqueados: quem recebe o dinheiro?

Os R$ 119 milhões que foram bloqueados estão, por enquanto, “congelados”. Isso significa que as empresas e pessoas investigadas não podem usá-los. O objetivo desse bloqueio é garantir que, caso sejam condenados pela Justiça, haja dinheiro para:

  1. Ressarcir o INSS: Pelo prejuízo causado à Previdência Social.
  2. Devolver o dinheiro aos aposentados e pensionistas: Esse é o ponto mais importante para você! A intenção é que, no final do processo, os valores indevidamente descontados sejam devolvidos a quem realmente é de direito.

É importante ter paciência, pois processos judiciais podem demorar. Mas o fato de o dinheiro estar bloqueado é uma grande vitória e um passo fundamental para que a reparação aconteça. A AGU, que solicitou o bloqueio, atua justamente para defender os interesses do governo e da população.

A luta contra a fraude continua!

Essa operação e o bloqueio milionário são mais um lembrete de que a luta contra as fraudes no INSS é constante. É fundamental que você, como segurado, esteja sempre alerta e bem informado. Compartilhe essas informações com seus amigos e familiares, especialmente aqueles que são aposentados ou pensionistas, para que mais pessoas possam se proteger.

O INSS está trabalhando em conjunto com a Polícia Federal e a Justiça para tornar o ambiente mais seguro para todos. E, claro, a sua atenção e o seu conhecimento são as suas maiores armas contra os golpistas.

Se cuida, fique atento(a) e conte com a informação para proteger o seu benefício!

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