Fila do INSS quase dobra e chega a 2,7 milhões de pedidos

Requerimentos tiveram explosão de aumento em 1 ano, sobrecarregando ainda mais o sistema previdenciário

Se você está esperando por um auxílio-doença, uma aposentadoria, uma pensão por morte ou qualquer outro benefício do INSS, com certeza já se pegou pensando na famosa “fila”. É um assunto que gera muita preocupação, e não é para menos, afinal, estamos falando de algo que impacta diretamente a vida de milhões de brasileiros.

E é por isso que, com base nas informações mais atualizadas, quero trazer um raio-X completo da situação da fila do INSS em 2025. O objetivo é que você saia daqui com a cabeça mais tranquila e sabendo exatamente o que está acontecendo e o que fazer.

Vamos lá, sem enrolação!

Um retrato da fila: mais de 2,6 milhões de pedidos em espera

A primeira coisa que precisamos entender é o tamanho do desafio. Os números mais recentes, referentes a abril de 2025, mostram que a fila de espera por análise de benefícios do INSS atingiu a impressionante marca de 2.678.000 (dois milhões, seiscentos e setenta e oito mil) requerimentos pendentes.

É um número gigante, não é mesmo? Para se ter uma ideia, esse montante representa um aumento de 91,3% em comparação com abril de 2024, quando tínhamos cerca de 1,4 milhão de pedidos aguardando. Parece assustador, mas vamos entender o contexto.

O pico em março e um leve respiro em abril: o que isso significa?

É verdade que a fila cresceu muito no último ano. Inclusive, o mês de março de 2025 registrou o pico mais alto, com a fila batendo em 2.707.000 (dois milhões, setecentos e sete mil) pedidos.

Mas, e isso é um ponto importante, houve um pequeno recuo em abril em relação a março. Essa leve diminuição pode ser um sinal de que o INSS está intensificando os esforços para dar vazão aos processos. Não é uma mudança gigantesca, mas já indica que o trabalho está em andamento.

Por que a fila cresceu tanto? Entendendo os fatores

Essa é uma pergunta fundamental, e a resposta não é única. Diversos fatores contribuem para o aumento do número de pedidos e para a lentidão na análise:

1. Aumento da demanda: Com o envelhecimento da população e a conscientização sobre os direitos previdenciários, o número de pessoas buscando benefícios tem crescido constantemente.
2. Digitalização dos pedidos: A facilidade de fazer os pedidos online, pelo aplicativo Meu INSS ou pelo site, fez com que mais pessoas buscassem seus direitos. Isso é ótimo por um lado, mas exige uma capacidade de análise maior por parte do Instituto.
3. Falta de servidores: O INSS tem enfrentado um déficit de servidores ao longo dos anos, seja por aposentadorias ou pela falta de novos concursos para repor o quadro. Menos gente para analisar, mais pedidos acumulados.
4. Complexidade dos pedidos: Muitos benefícios exigem análises complexas, como a contagem de tempo de contribuição, comprovação de atividade rural, perícias médicas, entre outros. Isso demanda tempo e expertise dos analistas.
5. Revisões e recursos: Além dos novos pedidos, o INSS também lida com um volume considerável de revisões de benefícios e recursos de decisões anteriores, o que sobrecarrega ainda mais o sistema.
6. Instabilidade de sistemas: Ocasionalmente, problemas nos sistemas informatizados podem gerar atrasos e dificultar o trabalho dos servidores.
7. Impacto da legislação: Mudanças na legislação previdenciária podem gerar um aumento temporário na busca por benefícios, à medida que as pessoas tentam se encaixar nas regras antigas ou se adequar às novas.

Entender esses pontos nos ajuda a ver que a fila é um problema complexo, sem uma solução simples ou mágica.

O tempo médio de espera: quanto tempo meu pedido pode demorar?

Essa é, provavelmente, a pergunta que mais aflige quem está na fila. Em abril de 2025, o tempo médio de espera para a análise de um benefício do INSS foi de 52 dias.

Importante: Esse tempo de 52 dias se refere apenas ao período em que o pedido está “parado” na fila, aguardando a análise inicial do servidor. Ele não inclui o tempo que o processo pode ficar esperando por você apresentar algum documento, ou o tempo de espera por uma perícia médica, por exemplo.

O INSS tem um prazo legal de 45 dias para analisar os pedidos, prorrogáveis por mais 45 em casos justificados. Ou seja, a média de 52 dias já está um pouco acima do limite ideal.

Confira o vídeo completo no YouTube:

https://www.youtube.com/@InssPassoaPassoOficial

Quais benefícios sofrem mais com a demora?

Embora a fila afete todos os tipos de benefícios, alguns se destacam pelo volume de pedidos e, consequentemente, pela maior demora na análise. Os principais são:

• Auxílio-doença (auxílio por incapacidade temporária): Essencial para quem precisa se afastar do trabalho por motivo de saúde, mas que muitas vezes depende de perícias médicas e pode gerar longas esperas.
• Aposentadoria por tempo de contribuição e por idade: Os benefícios mais comuns e que concentram um grande número de pedidos.
• Pensão por morte: Apesar da urgência de quem precisa desse benefício, a análise da documentação e a comprovação da dependência podem ser demoradas.
• Salário-maternidade: Fundamental para as novas mães, mas que também pode ter atrasos na liberação.
• BPC/LOAS (Benefício de Prestação Continuada): Destinado a idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade, exige análise social e, muitas vezes, perícia médica, o que pode prolongar a espera.
• Revisões de benefícios: Muitos segurados pedem a revisão de seus benefícios já concedidos, o que também entra na fila de análise.

A alta demanda por esses benefícios específicos contribui para o represamento e exige um esforço concentrado do INSS.

Ações do INSS para agilizar a fila: o que está sendo feito?

O governo e o INSS têm implementado diversas medidas para tentar reduzir essa fila. Algumas das iniciativas incluem:

• Mutirões de análise: Realização de esforços concentrados para analisar um grande volume de pedidos em um curto espaço de tempo.
• Incentivos para servidores: Pagamento de bônus de produtividade para servidores que analisam processos além de suas metas, visando aumentar a capacidade de processamento.
• Contratação de servidores temporários/emergenciais: Em algumas situações, o INSS pode contratar servidores temporários para reforçar o quadro.
• Melhoria e digitalização dos sistemas: Investimento em tecnologia para tornar os sistemas mais eficientes e facilitar a análise remota por parte dos servidores.
• Acordos de Cooperação Técnica: Parcerias com outros órgãos ou entidades para otimizar processos ou delegar algumas análises.
• Perícia médica a distância/documental: Em alguns casos de auxílio-doença, está sendo possível a concessão do benefício com base apenas em atestados médicos e documentos, sem a necessidade de perícia presencial, o que agiliza o processo.

Essas ações mostram que há um esforço contínuo para desatar os nós da burocracia e entregar os benefícios mais rapidamente.

O papel da transparência: onde encontrar os dados oficiais?

Para quem gosta de acompanhar os números de perto ou quer ter certeza das informações, o INSS disponibiliza os dados da fila no Portal da Transparência Previdenciária.

É por meio desse portal que podemos ter acesso aos números oficiais sobre o volume de requerimentos, o tempo médio de espera e outros indicadores importantes. Essa transparência é fundamental para que todos possam fiscalizar e acompanhar o andamento dos trabalhos do Instituto.

O que você pode fazer para acelerar seu pedido?

Agora, vamos ao que interessa: o que você, que está na fila, pode fazer para ajudar seu próprio processo?

1. Documentação completa e correta: Essa é a dica de ouro! O maior motivo de atrasos e exigências é a falta ou a inconsistência de documentos. Antes de fazer seu pedido, organize tudo: RG, CPF, comprovante de residência, carteira de trabalho, carnês de contribuição, laudos médicos (se for o caso), certidão de casamento/nascimento (para dependentes), etc. Quanto mais completo e claro estiver, mais rápido será o processo.
2. Use o Meu INSS: O aplicativo e o site Meu INSS são seus melhores amigos! Por lá, você pode:
   • Fazer seu pedido: Evita filas e agiliza o processo.
   • Acompanhar o andamento: Você consegue ver se o pedido está em análise, se houve exigência ou se já foi concedido.
   • Cumprir exigências: Caso o INSS peça algum documento extra, você pode enviar tudo pelo próprio aplicativo, sem precisar ir a uma agência.
   • Agendar serviços: Se precisar de atendimento presencial, pode agendar diretamente por lá.
   • Consultar extratos: Extratos de contribuições, pagamentos, etc.
3. Ligue 135: A Central de Atendimento 135 é outra ferramenta importante. Por telefone, você pode tirar dúvidas, agendar serviços e acompanhar o status do seu pedido. Tenha sempre em mãos seu CPF e o número do protocolo do pedido.
4. Fique atento às exigências: O INSS pode enviar uma “exigência”, que é um pedido para você apresentar algum documento ou informação que está faltando. Se não cumprir a exigência no prazo, seu pedido pode ser arquivado! Fique de olho no Meu INSS e no seu e-mail/celular para não perder o prazo.
5. Guarde todos os protocolos: Anote sempre o número do protocolo de cada contato ou serviço que você fizer no INSS. Isso é essencial para rastrear seu pedido.
6. Tenha paciência, mas seja ativo: Sei que é difícil, mas a paciência é importante. No entanto, paciência não significa passividade. Seja ativo no acompanhamento do seu pedido, cobre, procure informações.
7. Busque ajuda especializada (se necessário): Se o seu caso for muito complexo, se o benefício demorar muito ou se você tiver dificuldades com a documentação, pode ser útil buscar a orientação de um advogado especialista em direito previdenciário. Ele pode te ajudar a organizar a documentação, entrar com recursos ou até mesmo com um mandado de segurança na Justiça, se o prazo legal de análise for extrapolado.

Mandado de segurança: quando e como acionar?

Uma das ferramentas que você pode ter em mente, caso a espera se torne insustentável e o INSS exceda o prazo legal de análise (que é de 45 dias, prorrogável por mais 45), é o Mandado de Segurança (MS).

O MS é uma ação judicial que tem como objetivo garantir um direito líquido e certo que está sendo violado por uma autoridade. No caso do INSS, ele pode ser usado para que a Justiça determine um prazo para que o Instituto analise seu pedido.

Quando considerar um MS?

• Se seu pedido já ultrapassou o prazo de 90 dias (45 + 45) sem nenhuma resposta ou exigência.
• Se você já tentou contato com o INSS pelo Meu INSS e 135, mas não obteve retorno satisfatório.
• Se a demora está causando um prejuízo grave (ex: você não tem outra fonte de renda).

Para entrar com um Mandado de Segurança, é altamente recomendável procurar um advogado previdenciário. Ele saberá analisar seu caso, reunir a documentação necessária e impetrar a ação de forma correta. O MS não garante a concessão do benefício, mas garante a análise do pedido em um prazo determinado pela Justiça.

O futuro da fila do INSS: perspectivas e desafios

A luta contra a fila do INSS é um desafio contínuo para o governo. A expectativa é que, com a continuidade das medidas de otimização, digitalização e, quem sabe, novos concursos públicos, a situação possa melhorar nos próximos anos.

No entanto, a complexidade do sistema previdenciário brasileiro e o volume de segurados exigem um esforço constante e investimentos significativos. Acompanhar a fila e pressionar por melhorias é um papel de todos nós, cidadãos.

Mensagem final: não desanime!

Sei que ler sobre milhões de pedidos em espera pode gerar um certo desânimo. Mas quero reforçar: não desanime! Seu direito é garantido por lei e o INSS, apesar dos desafios, está trabalhando para cumprir sua missão.

Mantenha-se informado, acompanhe seu processo de perto, junte toda a documentação necessária e, se sentir que precisa de uma mão extra, não hesite em buscar ajuda. Estamos juntos nessa jornada!

Acompanhe sempre o nosso blog para mais informações e dicas sobre seus direitos previdenciários. Sua saúde financeira e seu bem-estar são nossa prioridade.

Um grande abraço e até a próxima!